XI Bienal Internacional de Dança do Ceará

20 anos

Em 1997 a Bienal de Dança do Ceará realizava sua primeira edição. Naquele momento não havia ainda a percepção de que essa iniciativa seria um divisor de águas na história da dança cearense. Em 2017, o evento, agora Bienal Internacional de Dança do Ceará, celebra 20 anos de existência e chega a sua 11ª edição. De 19 a 29 de outubro, com programação em Fortaleza e mais seis cidades cearenses, somando 25 companhias locais, nove nacionais e nove de mais sete países, o Ceará torna-se ponto de confluência de alguns dos mais interessantes trabalhos criados em distintos contextos de produção do Brasil e do exterior.

No decorrer desses anos todos, a Bienal seguiu reinventando seus movimentos e percursos em constante diálogo com as dinâmicas e os fluxos que perpassam o campo da dança cênica na atualidade. Lado a lado com artistas, pesquisadores, estudantes, parceiros institucionais e amigos diletos, entre outros atores, a Bienal atravessou as mais variadas conjunturas culturais, políticas e econômicas para consolidar-se como um dos principais festivais de dança contemporânea da América do Sul. Mais do que nunca, nesse momento em que retrocessos políticos e sociais parecem tornar-se fatos corriqueiros, em que o preconceito, a segregação e a violência se proliferam alimentados pelo pensamento retrógrado, pela hipocrisia, pelo oportunismo e pelos discursos de ódio de segmentos da sociedade e dos detentores do poder, sentimos a necessidade de estar próximos daqueles que têm caminhado conosco ao longo dessas duas décadas. É esse estar juntos que nos impulsiona para resistir às forças do retrocesso e aos afetos tristes, inspirando-nos a continuar fazendo o que mais gostamos de fazer. É nesse caminhar juntos que encontramos forças e disposição para, com alegria, continuar afirmando a potência desse evento que, para além de um projeto local, tornou-se um acontecimento no mapa da dança nacional e internacional.

ssim, portanto, para comemorar essa efeméride tão especial, a Bienal apresenta uma programação na qual participam algumas das principais companhias de dança do Brasil, como a São Paulo Companhia de Dança, o Balé Teatro Guaíra e o Balé Teatro Castro Alves, todas companhias parceiras que já estiveram Esta lista de convidados é composta ainda de nomes e grupos internacionais importantes conhecidos do nosso público e conhecedores da Bienal, como a Cie As Palavras - Cláudio Bernardo (Bélgica), Faustin Linyekula (Congo), Luis Garay (Argentina), Fanny de Chaillé (França), Fabrice Ramalingom (França) e Francesco Scavetta (Suécia/Noruega). A lista de artistas estrangeiros é complementada com a participação de alguns nomes inéditos no evento, como Vanessa Goodman (Canadá), Cie Fêtes Galantes (França) e Anna Konjetzky (Alemanha).

A programação conta igualmente com a presença de grupos brasileiros já bastante familiarizados com o contexto local, como a Cia GiraDança (Rio Grande do Norte), a Lia Rodrigues Cia de Danças (Rio de Janeiro) e a Cia Híbrida (Rio de Janeiro), que nessa edição apresenta uma co-produção com as companhias Gelmini e La Truc, além de convidados que se apresentam pela primeira vez no evento, como a Focus Cia de Dança (Rio de Janeiro), a Curitiba Cia de Dança (Paraná) e Maria Eugenia Almeida (São Paulo).

Um intenso diálogo com a produção local faz com que também integrem a programação vários artistas cearenses, desde os mais experientes até jovens intérpretes-criadores que começam a lançar seus trabalhos autorais. Dessa forma, numa programação espalhada por sete cidades – Fortaleza, Sobral, Itapipoca, Trairi, Paracuru, Juazeiro do Norte e Aquiraz –, o público poderá ver criações de parceiros de longa data da Bienal, como Fauller e Wilemara Barros, Edisca, Andréa Bardawil e Graça Martins, Silvia Moura e Ricardo Guilherme, Cia Alysson Amancio, Paracuru Cia de Dança, Arreios Cia de Dança, Cia Flex de Dança Contemporânea, Rebentos Cia de Dança, Márcio Medeiros, Cia Balé Baião, assim como toda uma geração de criadores e intérpretes mais jovens, representados por grupos, artistas e iniciativas como Canaan Cia de Dança, Curso de Iniciação em Dança Contemporânea – Paulo José/Prodança, No barraco da Constância tem!, Edmar Cândido, Daniel Rufino, Nívea Jorge e Viana Jr., Diogo Braga e Thales Luz, Luiz Otávio Queiroz, Maria Epinefrina e Wellington Fonseca, Victor Hugo Portela, Grupo de Dança Cuca Mondubim e Omí Cia de Dança.

programação artística da Bienal, dessa forma, por meio de um elenco de artistas e companhias de perfis bastante distintos, apresenta um rico e multifacetado panorama da produção contemporânea em dança. Trata-se de uma programação comemorativa que mostra um breve recorte da produção de contextos locais, nacionais e internacionais, abrangendo uma multiplicidade de propostas estéticas e poéticas. Tenta, assim, abrir espaço para que a dança possa se dizer de distintas formas, valorizando, sobretudo, a qualidade artística e a singularidade dos trabalhos apresentados. Ao mesmo tempo, busca abrir espaço para uma nova geração de artistas, brasileiros e estrangeiros, que iniciam suas trajetórias como criadores e intérpretes. Essa perspectiva curatorial dá continuidade ao trabalho realizado nas edições anteriores, nas quais a multiplicidade de poéticas e a inclusão de jovens artistas sempre contaram com um espaço privilegiado.

Os projetos artístico-pedagógicos, uma das marcas registradas da Bienal, têm um espaço privilegiado nessa edição, contando com a participação de artistas docentes cearenses, brasileiros e estrangeiros. Haverá ainda o lançamento de uma publicação bilíngue, resultado do seminário realizado com professores de várias universidades do Brasil, além de docentes da Universidade Paris 8.

Em meio às ações formativas, destaca-se o curso que aborda a prática pedagógica de dança para crianças e jovens com autismo, realizado no âmbito da plataforma de acessibilidade da Bienal e ministrado pela professora e pesquisadora mineira Anamaria Fernandes. Trata-se de uma atividade inédita no contexto cearense, que conta com o apoio das graduações em dança da UFC, do Porto Iracema das Artes e da Associação TEAmo.

As parcerias com iniciativas da sociedade civil, assim como com instituições públicas e privadas, têm sido uma constante nas várias edições da Bienal. Esse ano estabelecemos uma ampla parceria com a Prodança, que não só assumiu a frente de diversas ações realizadas pela Bienal, como também propôs uma série de atividades em Fortaleza e em várias cidades do interior. Instituições e iniciativas como a UFC, o Porto Iracema das Artes, a ECOA (Sobral), a Paracuru Cia de Dança e o Balé Baião (Itapipoca) seguem sendo parceiros imprescindíveis que, lado a lado nessa caminhada, nos ajudam a multiplicar sinergias e ampliar o alcance das ações realizadas. É graças a eles que uma série de atividades artísticas e formativas podem tornar-se realidade na programação da Bienal. E, uma vez mais, é graças a esse caminhar juntos que nos tornamos resilientes, que seguimos adiante inconformados e indóceis frente aos nãos, aos retrocessos e às impossibilidades que tentam impor ao país. Assim prosseguiremos!

Fazendo um retrospecto desses 20 anos, percebe-se a imensa importância que a Bienal teve como instância geradora e catalisadora dos mais diversos processos relativos à produção, difusão, formação e fruição em dança no Estado do Ceará. Se hoje o Ceará passou a integrar as cartografias da dança contemporânea nacional e internacional, muito disso deve-se aos múltiplos processos e ações desenvolvidos pela Bienal Internacional de Dança do Ceará. Que venham mais 20 anos, muitas bienais, muitas danças.

Apresentação

O Ministério da Cultura, a Petrobras, a Enel e a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará apresentam a XI Bienal Internacional de Dança do Ceará - 20 anos. Patrocínio: Petrobras, Banco do Nordeste e M. Dias Branco. Agradecimento: Enel. Apoio Cultural: Governo do Estado do Ceará e Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Prefeitura de Sobral através da Secretaria da Cultura, Juventude, Esporte e Lazer-SEJEL e do Instituto ECOA, Prefeitura de Paracuru, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Meio Ambiente, e Prefeitura de Aquiraz, através da Secretaria da Cultura. Apoio institucional: Embaixada da França, Instituto Francês, TransArte, Consulado da França no Brasil em Recife, Instituto Goethe, Governo do Estado do Paraná, Governo do Estado da Bahia e Governo do Estado de São Paulo. Parceria: Theatro São João, Quitanda das Artes, O Povo, Karthaz Cultura, Via Digital e Rádio Beach Park. Realização: Proarte, Indústria da Dança, Prodança, SESC-CE, Instituto Dragão do Mar, Theatro José de Alencar, Cineteatro São Luiz, Porto Iracema das Artes, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Centro Cultural Bom Jardim e Centro Cultura Banco do Nordeste.

Equipe

Direção Geral David Linhares
Direção Artística e Pedagógica Ernesto Gadelha
Curadoria Ernesto Gadelha e David Linhares
Consultoria Executiva Quintanda das Artes
Coordenação de Produção João Paulo Pinho
Coordenação Executiva Lina Luz
Produção Internacional Clara Kahina
Produção Nacional William Pereira Monte
Produção Local Wladia Torres
Produção Técnica Ivna Ferreira
Produção Plataforma de Acessibilidade Fausto Augusto Cândido
Produção Dyego Steffan, Henrique Castro, Jaime Lins, Cleuton Santos, Lidiane Cordeiro, Marinho Junior, Paula Silveira, Tavares Neto e Tiago Roots
Articuladores Regionais Alex Santiago, Antônio Alves e Gerson Moreno
Ações Formativas PRODANÇA
Coordenação da Fringe Taui Castro
Comunicação & Marketing Karthaz Cultura
Assessoria de imprensa Dégagé
Mídias digitais Raquel Duarte Taveira
Fotógrafo Luiz Alves e Lua Alencar
Tradução Clara Kahina e Ernesto Gadelha
Direção técnica Walter Façanha
Coordenação de Cenotécnica Bertrand de Courville
Coordenação de Iluminação Samir Kassouf
Coordenação de Som Cleber Helal
Equipe técnica Ciel Carvalho, Raimundo Sousa, Guilherme Leite, Fábio Oliveira, Nêgo, Fernando Silver, Biano, Fernandes e Luis Albuquerque
Assessoria Contábil GT Contabilidade e Ivaney Rolim
Assessoria Jurídica Andre Brayner
Impressão Expressão Gráfica