A Bienal Internacional de Dança do Ceará, em sua 11ª edição, tem em sua programação, pelo terceiro ano, a Plataforma de Acessibilidade,
que busca aproximar a dança de pessoas que tenham alguma deficiência. Com dois principais eixos, difusão e formação, a acessibilidade
em perspectiva contempla a realização em formatos acessíveis como libras e troca de saberes. Toda a programação tem acesso gratuito.
O artigo 2º da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de
1948, diz que não deve haver, em nenhum momento, discriminação por raça, cor, gênero, idioma, nacionalidade, opinião política ou religião.
Outorgada, a declaração do corpo-gênese, entra em movimento e dança. Cria. E exalta a ode da diferença com a diversificada riqueza
de gerações.
Apresentando a dança como uma possibilidade a mais de expressão, a plataforma tem como tema este ano Diversidade e diferença.
O corpo que antes teimara em ser visto como “deficiente” se empodera da sua diferença se tornando um igual e tomando consciência de
suas variadas formas de ser, dissertando assim sobre o direito a diversidade. Etnia, gênero e diferença são exemplos de características
da diversidade humana que através do respeito e da equidade poder promover a igualdade, tolerância e respeito.
A Plataforma de Acessibilidade terá uma atividade inédita no contexto cearense, que é a prática pedagógica de dança
para crianças e jovens com autismo. De acordo com o diretor artístico da Bienal de Dança, Ernesto Gadelha, no Brasil não há iniciativas
que trabalhem dança com pessoas com autismo e mostrar essa perspectiva é uma forma de introduzir essa possibilidade de trabalho no
contexto cearense. “Queremos despertar esse tipo de trabalho em dança. Não numa perspectiva terapêutica, mas como expressão, ou seja,
o corpo em movimento, como elemento expressivo”, explica.